A psiquiatria intergeracional enfoca os fenótipos relacionados ao transtorno em uma geração após a manifestação de um transtorno psiquiátrico, ou a exposição à adversidade, na geração anterior.

O intenso interesse pelas famílias tem uma longa história na psiquiatria. Argumentamos que novos conceitos, ferramentas e resultados de pesquisas reunidos em torno da área da psiquiatria intergeracional têm o potencial de tornar o foco no risco familiar ainda mais relevante para a compreensão das raízes dos transtornos mentais e, o mais importante, como, quando e com quem intervir .

A psiquiatria intergeracional integra três linhas de investigação. O primeiro, estudos familiares de alto risco, examina o risco de transtorno mental à medida que ele se propaga dentro das famílias1, 2. Estudando indivíduos em risco em virtude de sua origem familiar, esta abordagem ajuda a isolar as vias pelas quais o transtorno mental é transmitido nas famílias, bem como endofenótipos anteriores ao início de distúrbios, como, por exemplo, afinamento cortical e conectividade neural alterada.

O segundo, os efeitos intergeracionais do trauma, considera os efeitos da exposição dos pais ao trauma nos resultados psiquiátricos na próxima geração. Esses estudos, por exemplo, começaram a identificar a variação na regulação do estresse em filhos de sobreviventes do Holocausto, bem como de veteranos de guerra, independentemente da exposição direta das crianças a estressores significativos da vida.

Fragmento da Dissertação

TRANSMISSÃO ENTRE GERAÇÕES DE ESTILOS EDUCATIVOS PARENTAIS
Estudo exploratório de famílias com três gerações. –

Instituto Superior Miguel Torga – Coimbra 2012
Escola Superior de Altos Estudos

FÁBIO RICARDO ALVES LOPES
Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica
Ramo Psicoterapia e Psicologia Clínica